"A lei sem o Espírito mata".


"A lei sem o Espírito mata". 

(Atos 2,1- 4)

Dentre os diversos serviços que podemos prestar à Igreja e a comunidade com o nosso Ministério de Música, está um que precisamos ter especial cuidado, porque lida quase que pessoalmente com os filhos amados do Pai.
   
Sabemos que os grupos e encontros de oração são os locais por eleição onde Deus tem a grande oportunidade de habitar, visitar o coração de cada pessoa e ali operar as curas, libertações e milagres. Até aí não há novidade nenhuma, mais a maioria das pessoas vem ao grupo de oração e trazem consigo suas frustrações, suas dores,  seus fardos pesados, seus problemas familiares, financeiros, afetivos e tudo mais que aflige o homem. Como Deus pode operar e um coração que está cheio de tanta tralha? Duro feito pedra? Como este filho tão amado do Pai vai perceber ou mesmo se abrir à ação do Espírito Santo se pesa sobre si tantos fardos?
   
É exatamente neste momento que a música ungida, ministrada com o poder de Deus, vai ser o canal de acesso que levará ou favorecerá a ação salvífica do Rei dos reis. Nós temos esse grande papel. Temos o direito e o dever de levarmos os filhos de Deus a saírem de seus problemas, limitações ou dificuldades e voltarem-se com confiança e abertura para a ação do Santo Espírito. 
   
O Ministério de Música deve ser aberto às muitas moções de Deus, ao desejo do coração do Senhor e isso só poderá ocorrer se os seus membros forem pessoas de vida de oração, habituadas a escutar a voz do Senhor e dóceis a cumprir a sua vontade. Se não for assim, correremos o risco de fazermos a nossa vontade e tentarmos levar o grupo de oração com expressões e técnicas aprendidas em congresso ou copiadas de outros ministros de música.

Além deste aspecto que merece a nossa reflexão e especial atenção, nos deparamos também com o aspecto da autoridade e submissão ao coordenador do grupo de oração. O Ministério de Música deve ter a liberdade, para segundo a unção do Espírito, preparar o povo para a noite e encontro de oração, porém nunca devemos esquecer que há um dirigente  do encontro ou um coordenador do encontro da noite de oração e que cabe a ele discernir os caminhos pelos quais Deus que fazer aquele povo trilhar. Todo o ministério de música , precisa estar atento ao comando do dirigente e dos ministros de oração. Somos ministros de música e não os dirigentes ou coordenadores de grupo de oração. Cabe a nós a preparação inicial e a cooperação com a condução da oração, seguindo o Rhema dado pelo Senhor e nos alegrando com a obra do Espírito nos irmãos e em nós, porque afinal de contas também somos filhos.

Nos diversos cursos para ministério de música que nós, pregamos nos mais diferentes lugares do Brasil, temos, com uma certa constância, nos deparado com problemas entre o dirigente, o coordenador dos grupos de oração e o ministério de música. Não é raro encontrarmos ministros de música que apenas cumprem um ritual de abrir a noite de oração com música já selecionada e sem a menor liberdade do Espírito ou então, ministros de música que roubam a cena, fazem o papel do dirigente de oração ou do coordenador da noite de oração e não se submetem as autoridades constituídas naquele momento. Uma tremenda falta de respeito para com quem está a dirigir aquele momento de oração. O ministério deva está em total submissão a todo o encontro de oração.

Nos dois casos, ao nosso modo de ver, há erros. A música no grupo de oração não é apenas um tapa buraco, um passa tempo, um aviso prévio de que dentro de poucos instantes o Espírito Santo irá agir com todo o poder. Não! Isso está errado! Definitivamente não! A partir do momento que nós, do Ministério de Música, começamos a ministrar a música com a unção de Deus, porque fomos escolhidos por Ele, porque somos chamados a exercer esse serviço com autoridade de Cristo Ressuscitado cheio de alegria e inabalável confiança, a partir desse momento a graça de Deus já esta acontecendo.

Da mesma forma que temos nosso momento de estarmos na frente, precisamos aprender que também temos os nossos momentos de recuarmos um pouco e seguirmos as orientações que Deus está dando através da unção do coordenador ou do dirigente do grupo de oração e neste momento nosso serviço não perde a importância, apenas muda de posição e ganha qualidade. Passamos a cooperar com Deus seguindo o Rhema da oração, cooperando e favorecendo com todo o clima da reunião, com música que falem do mesmo tema e que coloque em evidência o assunto abordado.

Pra desempenharmos bem o nosso papel, precisamos ter um vasto repertório ensaiado, com músicas que falem de Maria, Adoração, louvor, Espírito Santo,  etc. Eu como músico, não gosto de ter músicas já pré-estabelecidas em um papel,  cronologicamente organizadas. Acho que isso pode ser feito para nos auxiliar a discernir o momento de usá-las e não tirar nossa liberdade espiritual de sermos guiados pelo sopro do Espírito, que não deixa aprisionar e sopra onde quer e como quer. Precisamos organizar um repertório com algumas músicas, mas sem nos prendermos a elas, para não matar a ação do Espírito Santo. 

Não é salutar ficar usando músicas desconhecidas do povão, músicas que o povo não conhece e nem muitas músicas. É  mais frutuoso usar uma música pra cada oração e trabalhar bem ela na dinâmica do Espírito Santo, no momento de oração. Quantas vezes já vi a manifestação do poder de Deus na primeira música do grupo e a condução de toda noite de oração ser feita somente com aquele mesmo Rhema. Às vezes nós mesmos criamos certas normas, inventamos coisa demais para nos prender à lei e nos esquecemos de que a lei sem o Espírito mata.
   
Outro ponto que é de grande importância da condução da música em grupo de oração, em um momento de oração, é o correto uso da letra da música dentro da Programação do encontro para facilitar na hora se cantar. O que está bem ali a nossa frente é para nos auxiliar e não para roubar a atenção das pessoas. É necessário fazermos o povo mergulhar de verdade na letra daquele canto e também rezar com ele e não apenas repetir palavras por cima de palavras, com uma certa melodia. Eu como ministro de música já vi vários irmãos músicos que usam as letras das músicas nos momentos de oração, como se estivessem em um ensaio de músicas novas, só repetindo a letra para o povo, e não se trata disso. Cada Momento de Oração é único e é para o povo mergulhar e não para ensaiar músicas 

Precisamos levar nossos irmãos à oração, ao encontro com o Senhor, ao contato íntimo e verdadeiro com Deus através dos cânticos, sejam eles novos ou velhos, de preferência o mais conhecido possível.. Por isso se faz necessário, em um determinado momento da oração, deixarmos a letra da música de lado e levarmos o povo a cantar com os olhos fechados, com extrema piedade e assim provarem da abertura dos olhos da alma que certamente levam a uma experiência com o magnífico poder e amor de Deus.

Teríamos ainda muitas coisas para comentar sobre este vasto assunto. Mas o Ministério de Música que se deixa conduzir pelo Espírito Santo, receberá do próprio Espírito todo o direcionamento necessário como servir. Deixemos que a providencia de Deus nos surpreenda antes, durante e depois na realização de nosso ministério dentro da comunidade.

Que a alegria do Cristo Ressuscitado esteja em seu coração e transborde em cada momento de sua vida.

 

Luiz Carvalho 
Ministro de Música e 
Fundador da Comunidade Recado.